PESSOAS COMO FOCO CENTRAL DA ESTRATÉGIA
Estive presente no
CONGREGARH- Congresso de Recursos Humanos promovido pela ABRH – RS realizado
nos dias 22,23 e 24 deste mês. Neste evento tive a oportunidade de conversar
com vários profissionais de RH, oriundos de empresas dos mais diversos
segmentos e pude constatar um fato que me preocupou sobremaneira, qual seja,
certa desilusão com o seu foco de atuação.
Na realidade é sentimento
comum entre os profissionais da área de RH o fato de que estão desempenhando
atividades de caráter operacional em detrimento de uma atuação mais
estratégica. Entendo que há uma dificuldade de alinhamento entre as expectativas
dos executivos que comandam as empresas com os profissionais de RH.
Com freqüência temos ouvido
que o profissional de RH deve ser mais estratégico, mas na
realidade há uma grande dificuldade a ser superada por ambas as partes, qual
seja, a falta de clareza em suas demandas, que por conseqüência está
desmotivando o profissional de RH.
É interessante refletirmos
sobre o fato de que o RH é o grande responsável pela formulação dos planos de
desenvolvimento de todas as áreas da empresa, mas quem é o responsável pelo
desenvolvimento dos profissionais de RH? Quantos executivos sentam com os
profissionais de RH nas suas empresas e constroem um plano e desenvolvimento
dos mesmos? Fornecem feed back? Colocam de forma bem clara o que é esperado do
profissional de RH e da sua área? Quantas empresas possuem um planejamento de
RH alinhado com o planejamento da mesma? Quantas empresas focam efetivamente nas pessoas de forma
genuína?
Certa feita ouvi uma
orientação de um Presidente de uma multinacional na qual trabalhei: “ - Mórgan,
cuide das nossas pessoas.”
Fico pensando: “– Quem cuida
das pessoas que cuidam das pessoas”?
Obviamente não estou
defendendo que os executivos devam tratar os profissionais de RH de uma forma
paternalista, mas diria que seria importante que fosse transmitida segurança e
crença no seu trabalho. Esta simples atitude traria um impacto motivacional de
grande valia a estes profissionais e teria um efeito multiplicador em toda a
empresa.
Estamos vivendo um momento
de grande demanda por contratações de profissionais qualificados, com a
conhecida guerra pelos talentos que nos traz como conseqüência o incremento da
massa salarial, fazendo com que o foco do RH seja recrutamento e seleção quando na realidade deveria
ser o mapeamento das posições estratégicas e conseqüente implementação dos
planos de sucessão.
Este é um pequeno exemplo da
mudança de foco das atividades mais operacionais de recrutamento e seleção para
o foco em desenvolvimento de profissionais plenamente identificados com a
empresa.
É importante nos darmos
conta de que o mercado mudou rapidamente e que o fator humano está sendo o
limitador de crescimento para muitas empresas. O desenvolvimento de um bom
profissional em qualquer área muitas vezes leva mais tempo do que construir uma
fábrica, supermercado, loja, compra de uma máquina e/ou equipamento, etc.
Chegamos definitivamente na era
das
pessoas
e do RH.
Encerro este artigo com uma
pergunta aos executivos e leitores:
“- As pessoas são o foco central de sua
estratégia?”
Muito obrigado.
29/05/2013
Olá!
ResponderExcluirO post é pertinente por dois motivos. O primeiro é que, de fato, estamos em uma era na qual as pessoas estão em evidência, o indivíduo assume papel fundamental em políticas "públicas", mídia e negócios.
O segundo ponto é: com que ética fazer isso? Ética entendida como o conjunto de valores que irão determinar as práticas.
O indivíduo hoje está em evidência, porém, de um ponto de vista no qual ele é o consumidor, ele deve ser atendido e isso, creio, não é 100% adequado, pois quando levamos isso ao extremo e aplicamos esta lógica aos relacionamentos o que vemos - temos visto nas notícias - é uma corrosão dos "valores humanos".
Creio que devemos sim estarmos atentos aos indivíduos, mas entender o indivíduo como um todo e, ao mesmo tempo, uma parte. Somos um ser completo, mas não estamos desligados de nosso meio e das pessoas que nos cercam.
Creio que trabalharmos as pessoas de forma a melhorar a sua auto-estima e fazê-las contribuintes para a auto-estima dos outros é a chave desta gestão com foco no indivíduo.
Abraço